terça-feira, 6 de agosto de 2013

Viagem de avião rumo ao Brasil na classe econômica

Tatá Werneck em viagem em julho de 2013.
Fonte: Instagram da atriz.
O pessoal que está na primeira classe finge que não se sente superior quando vê a gente entrando meia-hora depois que eles estão confortavelmente instalados.

Todo mundo na classe econômica finge que também está confortavelmente instalado.

Todo mundo finge que não se preocupa quando vê uma família ou uma mulher com um bebê ou crianças pequenas embarcando.

Vários fingem que não tem nada a ver com a vontade de amigos e casais trocarem de lugar, ainda que sentados nos assentos desejados.

Vários fingem que sabem usar as televizõezinhas a frente dos assentos, com seus controles remotos e menus insensatos.

Outros fingem super interesse na programação musical de bandas e músicas que nunca ouvimos falar ou nos filmes do tipo tailandeses legendados em inglês.

Muitos fingem que entendem e falam fluentemente o inglês, sendo que os de fato fluentes fazem questão de deixar bem claro isso.

Todo mundo finge tranqüilidade quando o avião começa a chacoalhar por causa de alguma instabilidade.

Todo mundo finge que não se preocupa em ser roubado nem que está pensando na alfândega.

E no final, todo mundo finge que viajar do exterior rumo ao Brasil é muito chique, mesmo que seja na classe econômica.

E é o que vamos dizer aos nossos amigos, que acham o mesmo, quando chegarmos.


sexta-feira, 29 de junho de 2012

Roma: outros dias, outras impressões

Viela em Roma. Foto: Jany Canela
O Coliseu é incomparável. Dizer que é um lugar magnífico é insuficiente para explicar minha emoção ao chegar ali.

Metrô até às 23h30.
Mas há os ônibus chamados noturnos, que circulam ao longo da madrugada de meia em meia hora. Lotadíssimos, ao modo como estamos acostumados no Brasil.

O excesso de lotação no Terminal 3 do Aeroporto de Roma também me fez pensar o quanto às vezes somos injustos ao julgar filas, tempos de espera e nossa desorganização tupiniquim.
Não se surpreendam: o embarque na plataforma com destino à Praga é feito em fila única juntamente com todos os outros países, exceto para Estados Unidos e Israel.

Trânsito enigmático.
Ultrapassagens de farol vermelho, inclusive em faixas de pedestres, assim como cruzamentos e conversões proibidas em grandes avenidas parecem usuais. Ninguém estranha ou reclama.
Só observei que o motorista da van que nos levava ao aeroporto estava sem cinto de segurança quando ele rapidamente fechou o cinto ao nos depararmos com uma blitz da polizia.

Músicas dos anos 80 tocam muito. Ouvi em carros, lojas e bares. Tracy Chapman parece ser uma favorita das rádios italianas nesse momento.

Bares e pubs, com TVs e clientes ligadíssimos, acolhem os torcedores atentos a cada jogada da disputa entre Portugal e Espanha por uma vaga nas semi-finais da Eurocopa.

Frase pixada em um muro: "Rebelar est giusto".

O que me deu a impressão de que amantes do futebol e a juventude têm muito em comum com o que somos no Brasil.

Mas perguntada sobre o que mais gostei em Roma, além do sotaque italiano, não tive dúvidas: as vielas maravilhosas!

terça-feira, 26 de junho de 2012

Roma: primeiro dia, primeiras impressões

Viela em Roma. Foto: Jany Canela.
Varandas com floreiras.
Vielas maravilhosas.
Lambretas, muitas lambretas charmosas e, acreditem, mesmo as do estilo do seriado "Chips" são charmosas.
Carros de modelos muito diferentes dos que temos no Brasil.
Desses, o que mais me chamou a atenção foi o grande número de carros individuais.
Não existem estacionamentos privados. Todas as ruas formam grandes estacionamentos a céu aberto para carros e lambretas.
Um homem de pele escura oferece serviços no farol. Conheço bem aquele rodinho para limpar pára-brisas.
Outros homens e mulheres de pele escura vendem bugigangas e flores e alguns mendigam em ruas e praças.
Pernas de fora.
Ensalate de broccolleti não é salada de brócolis, mas um delicioso espinafre refogado.
A água da torneira do banheiro é potável e costuma-se bebê-la no hotel.
Shorts curtíssimos.
Praça da República em obras, com tratores e aqueles horríveis "delimitadores" de cor laranja tão comuns em São Paulo.
Uma mulher circulando com o cachorro dentro do aeroporto.
Outra de bicicleta, segurando a bolsa e falando ao celular.
Um homem ao volante do carro ouvindo música nos fones de ouvido.
O entendimento do que significa acostumar-se com o fuso horário.
Mais varandas, vielas, floreiras, lambretas e bicicletas.
E sotaque italiano.
Um lindo e marcante sotaque italiano.
Definitivamente, eu adoro sotaques.